domingo, 3 de abril de 2011

A arte na civilização Egeia



A Arte Egeia ou Arte do Mar Egeu está associada às civilizações que floresceram no mar Egeu antes do aparecimento dos Gregos por volta de 3000 a.C. e que foram principalmente:
  • Civilização Cicládica - Civilização do começo da Idade do Bronze, nas Ilhas Cíclades, que durou aproximadamente de 3000 a 2000 a.C;
  • Civilização Minóica ou Cretense - Civilização que se desenvolveu na Ilha de Creta entre 2700 e 1450 a.C. (O termo "minóico" deriva de "Minos", título dado ao Rei de Creta);
  • Civilização Micênica - Refere-se à cultura dos aqueus, um povo que se estabeleceu na costa sudoeste da Grécia aproximadamente entre 1600 e 1100 a.C., no período final da Idade do Bronze, e que conquistou a ilha de Creta por volta de 1450 a.C.
Praticamente tudo o que sabemos dessa civilização provém do estudo e da cuidadosa observação de suas manifestações artísticas. Indícios de alguns de seus personagens e acontecimentos estão nas narrativas dos poemas homéricos Ilíada e Odisseia.

Arte Cicládica: ídolos esculpidos em mármore que vão de poucos centímetros ao tamanho natural, com características abstratas: a cabeça é um ovóide e o único relevo é o nariz - simplicidade, austeridade, singeleza, contenção das expressões religiosas, ausência de ornamentos, formas minimalistas.



Arte Minóica: os povos que habitavam as ilhas do mar Egeu antes do desenvolvimento da civilização grega foram descobertos há pouco mais de cem anos, quando o pesquisador alemão Heinrich Schliemann descobriu vestígios de antigas cidades, e só em 1900, o arqueólogo inglês Sir Arthur Evans localizou as ruinas do Palácio de Cnossos, na Ilha de Creta. Nesta construção foram usados tijolos, pedras e barro e apresentava estruturas complexas: um amplo pátio interno central, várias escadarias, pequenos jardins e recintos reservados para cultos religiosos.



O Palácio de Cnossos (1700 a 1500 a.C.) tem uma arquitetura muito organizada, bem planejada e bastante evoluída, com até quatro andares, o que mostra que seus construtores precisavam ser muito hábeis em solucionar problemas de posicionamento de escdas, colunas e iluminação.




Reconstituição do palácio de Cnossos

As paredes dos palácios eram decoradas com pinturas em afresco que representavam animais selvagens, mitológicos e domésticos (principalmente o touro), figuras humanas em cenas de festas, casamentos e colheitas e ainda figuras geométricas; e, mesmo adotando a lei da frontalidade usada pelos egípcios, apresentava movimento e desenvoltura, além de cores contrastantes como vermelho, azul, amarelo e verde. A representação pictórica minóica destaca-se pelo naturalismo, realismo, elasticidade, paixão pelo ritmo, pelas ondas e pela flutuação, ausentes na arte egípcia; figuras leves, espontâneas, delicadas e cheias de vitalidade.










A cerâmica, algumas vezes apenas um pouco mais espessa do que a casca de um ovo, destacou-se pela diversidade de formas e funções, progredindo em termos de variedade, refinamento e acabamento. Era decorada com pinturas que apresentavam formas geométricas simples, como triângulos, zigue-zagues e padrões simétricos abstratos. Algumas obras possuíam pequenas imagens do cotidiano - motivos florais e animais domésticos.



Os trabalhos em metal, o entalhe em pedras preciosas, os selos de pedras também tiveram um papel importante na civilização minóica, que também desenvolveu grande domínio técnico na ourivesaria, criando peças muito delicadas, com baixos-relevos representando a natureza, animais e pessoas.
 copo de Vafió -1600 a.C.

máscara de Agamenon - 1600 a.C.

Na escultura encontramos apenas pequenas peças em pedra e marfim, com entalhes de ouro:
Deusa com serpentes

Arte Micênica: caracterizou-se principalmente pelo desenvolvimento da arquitetura, tendo como modelo o megaron micênico (sala central do palácio de Micenas); possui um forte sentido militar onde se observam fortalezas rodeadas de muralhas edificadas em pedra com grande precisão.

Reconstituição da acrópole de Micenas

 túmulo dos Átridas


A pintura micênica teve como principais temas a representação da vida animal (golfinhos, pássaros, cobras, touros e principalmente felinos, como o leopardo e o leão e ainda animais heráldicos, como grifos), cenas de caça, guerra, da vida cotidiana e procissões rituais.